No pior momento da pandemia, em março de 2021, 5 mil pessoas morreram de Covid no RS em apenas 17 dias. Agora, as últimas 3 mil mortes ocorreram em um intervalo de 777 dias — 2 anos e 2 meses.
Apesar da redução do intervalo entre as mortes, o coronavírus segue no ar. No Brasil, um levantamento da Fiocruz mostra que os casos graves de Covid vêm crescendo, e a vacinação está abaixo do esperado.
A especialista em saúde Letícia Garay Martins, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), afirma que já se observa um "aumento sutil" na presença do Sars-CoV-2 no RS.
— Assim como outros estados, também estamos percebendo um aumento da circulação do vírus — diz.
A orientação, de acordo com Letícia, é para que as pessoas cumpram as medidas de proteção quando apresentarem quadros respiratórios, não só com Covid, mas com outras vírus de transmissão respiratória.
Especialistas apontam que a melhora no cenário em relação às mortes se deu graças à vacinação. No Rio Grande do Sul, 9,9 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante. O número equivale a cerca de 88% da população atual do estado, de 11,2 milhões de pessoas. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), cerca de 60% da população vacinável completou o esquema vacinal com mais doses.
— Com a questão do próprio sucesso da vacinação e com a retomada das nossas rotinas, as pessoas perderam o medo — diz Augusto Crippa, chefe do Núcleo de Imunizações Zona Sul da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre.
Augusto Crippa afirma que a procura por vacinas aumenta quando há algum anúncio de recomendação, mas que, atualmente, o interesse da população do RS em se imunizar é baixo.
— A gente tem percebido uma procura cada vez mais baixa da vacina — observa o enfermeiro da SMS.
Segundo Augusto, se a pessoa procurar uma unidade e for avaliada que não é de grupo prioritário, ela não vai receber a vacina. Já quem nunca recebeu uma dose pode receber uma, explica.
Pessoas que nunca receberam uma dose da vacina contra o coronavírus podem se vacinar, independente da faixa etária ou grupo social. A dose aplicada é uma monovalente e está atualizada ao tipo de vírus com a circulação predominante no Brasil, o tipo XBB da ômicron.
— A ômicron é a última variante de importância que a gente teve, e ela já sofreu várias mutações. A XBB é ramificação da variante ômicron —comenta Letícia Garay Martins, do Cevs.
Crianças de seis meses a 5 anos: qualquer pessoa
A vacina monovalente XBB está no calendário de rotina das crianças de 6 meses a menores de 5 anos.
Indicação de duas doses com um intervalo mínimo de quatro semanas. Porto Alegre registra falta de doses para atender crianças (de seis meses a 12 anos) em razão de um desabastecimento nacional, segundo a SMS.
A partir dos 5 anos de idade: só quem faz parte dos grupos prioritários
Uma dose semestral para:
Uma dose anual para: