A Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma que o número de casos de mpox no Rio Grande do Sul está dentro do esperado para o ano. A eventual disseminação de uma nova linhagem do vírus, no entanto, pode causar aumento de contaminações.
Na segunda-feira (19), a pasta reportou cinco registros da doença no Estado em 2024. A situação fez a SES publicar um alerta epidemiológico com orientações sobre a doença, antes conhecida como "varíola dos macacos".
Os registros deste ano foram observados em moradores de Porto Alegre (três) e Gravataí, na Região Metropolitana, e Passo Fundo, no Norte: um em janeiro, dois em fevereiro e dois em agosto, mas não têm vínculo entre si.
Nenhum deles é da nova variante que fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar emergência sanitária global na semana passada por conta da mpox.
O vírus é dividido em duas linhagens principais: clado 1 e clado 2. A responsável pela disparada de casos em 2022 foi a segunda. No fim de 2023, a OMS reportou uma nova versão do clado 1, chamada de clado 1b, que tem se mostrado mais contagiosa e letal.
— Não temos como prever um cenário de aumento de casos porque não detectamos a variante do clado 1, que é a que tem maior potencial de disseminação. Se olharmos 2023, em que tivemos nove registros, estamos dentro do esperado para 2024 — afirma Roberta Vanacôr, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Em 2022, o número havia sido bem maior: 327 casos. Foi registrada transmissão comunitária do vírus, mas não houve mortes até o momento no Estado.
Segundo Roberta Vanacôr, o objetivo do alerta epidemiológico da SES é detectar casos suspeitos e identificar a presença da nova variante:
— Vivemos em um mundo globalizado e estamos saindo das Olimpíadas, que causou uma grande movimentação de pessoas. Existe, sim, a probabilidade de entrada da nova variante (no RS). Com nosso laboratório central, somos capazes de detectá-la e tomar medidas de contenção para não termos surto — pontua.
Na última quinta-feira (15), o Ministério da Saúde (MS) instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox no Brasil.
Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis no país. O número é considerado estável na comparação aos mais de 10 mil notificados em 2022, no pico. Foram contabilizadas 16 mortes no país desde então; o óbito mais recente foi em abril de 2023.
O mpox foi detectado pela primeira vez em humanos em 1970 no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo.
É uma enfermidade viral que se transmite dos animais para o ser humano, e também por contato físico próximo com uma pessoa infectada pelo vírus. Pode provocar febre, dores musculares e lesões na pele.