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RS ainda tem um hospital fechado devido à enchente; estabelecimentos receberam R$ 137,7 milhões, 25% dos recursos anunciados

Publicada em 12/08/24 às 07:38h - 16 visualizações

por FERNANDA POLO


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 (Foto: Jonathan Heckler / Agencia RBS)

Depois da enchente, não tem as coisas no hospital. Não tem lençol, não tem fronha, não tem travesseiro, não tem coberta para os pacientes. Medicação também não tem, eu fui pedir lá (no hospital de campanha ao lado), e só deram uma medicaçãozinha. Faltou tudo. Para a higiene do paciente — relata a soldadora Nilvana Britto, acompanhante de um idoso de 80 anos no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), em Canoas.

Há mais de três meses, o estabelecimento acomoda os atendimentos, a estrutura que pôde ser recuperada e o corpo técnico do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), invadido e destruído pela enchente. A nova realidade levou ao aumento do número de atendimentos no local e tem gerado problemas: o hospital está cheio e há falta de insumos, conforme relatos de acompanhantes. Nilvana, moradora do bairro Mathias Velho, também perdeu tudo na enchente, e teve de levar uma toalha de casa para o idoso.

— Ele está com 80 anos, está passando dificuldade — relata.

Desde a última quarta-feira (7), Zero Hora publica uma série de reportagens que mostra como está a reconstrução do Estado em oito áreas essenciais. Em relação aos hospitais, R$ 137,7 milhões já foram destinados à recuperação dos estabelecimentos, valor que representa 25% do anunciado (R$ 550,1 milhões) pelos governos estadual e federal, conforme dados do Painel da Reconstrução, do Grupo RBS. 

O Hospital de Pronto Socorro de Canoas é o único hospital ainda fechado no Rio Grande do Sul devido à enchente – outros quatro também foram totalmente interditados, mas já retomaram suas atividades. Três foram parcialmente interditados e seguiram funcionando, tendo restabelecido seus serviços.

Posteriormente, em junho, o Hospital São Luiz Gonzaga também foi incluído na lista dos hospitais parcialmente interditados, devido a um temporal que atingiu a instituição.



Diante do aumento de atendimentos no Hospital Nossa Senhora das Graças – o número de cirurgias subiu de 1,3 mil para 1,5 mil por mês, e o de atendimentos de emergência, de 5,6 mil para mais de 7,8 mil –, foram ampliados o número de consultórios, de salas cirúrgicas e a estrutura do hospital, de acordo com o secretário municipal da Saúde de Canoas, Mauro Sparta. Em nota, o Graças diz que a "superlotação está diretamente relacionada ao aumento dos problemas respiratórios típicos do período de inverno, o que resulta em uma maior demanda por atendimento médico. Adicionalmente, estamos enfrentando um desafio extra devido ao fato de que dois hospitais estão operando temporariamente nas instalações do HNSG".

O município também recebeu um hospital de campanha da Aeronáutica. Além disso, está organizando a ampliação da rede de diagnóstico, com a aquisição de mais um tomógrafo.

Houve perda substancial no HPSC. Não há previsão de reabertura do estabelecimento, referência para 102 municípios e 2 milhões de pessoas. A limpeza do hospital e a retirada de equipamentos já foram realizadas. O total de recursos necessários para a reparação do hospital está estimado em R$ 69,7 milhões, incluindo a recuperação predial e aquisição/conserto de equipamentos, segundo a prefeitura. A primeira etapa na qual se trabalha é a energia elétrica, explica Sparta:

— O maior desafio do início é termos a energia elétrica funcionando, os geradores funcionando, a rede de gás e a rede hidráulica. Com isso, nós temos condições de fazer com que todo o resto aconteça, sem isso nada pode acontecer. No momento em que nós tivermos isso, vamos começar a questão da recomposição do prédio em si, pintura, tudo isso pode ser feito.

Além disso, estão ocorrendo reformas na área ocupada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). As ações no HPSC estão sendo realizadas com recursos municipais – a Secretaria Estadual da Saúde (SES) repassou R$ 750 mil ao município, que foram utilizados na manutenção dos serviços no Hospital Nossa Senhora das Graças. 

O município encaminhou o orçamento do hospital e o pedido de recursos ao Ministério da Saúde, que sinalizou, até o momento, com indicativo de liberação de R$ 30,5 milhões – foram solicitados também R$ 32 milhões para equipamentos, mas a prefeitura ainda não obteve resposta.

— Temos muita pressa em fazer com que, efetivamente, o hospital e as nossas unidades básicas de saúde comecem a funcionar. Então, nós estamos usando muito também o terceiro setor, a iniciativa privada, para ver se a gente consegue acelerar o máximo possível — afirma Sparta, destacando o apoio recebido também da comunidade.

Recursos estaduais

A SES destinou R$ 45,1 milhões para 247 hospitais do RS, repassados integralmente aos municípios. Além disso, R$ 1 milhão foi destinado à aquisição de cem câmaras para armazenamento de vacinas e medicamentos, doadas a municípios em calamidade ou emergência que registraram perda em decorrência dos eventos climáticos.

Para a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, o governo estadual cumpriu seu papel do ponto de vista de repasse de recursos. O principal desafio, agora, é sobre a manutenção ou não dos hospitais no mesmo local. No caso de Canoas, a mudança de local do HPSC chegou a ser cogitada, mas não avançou – há um trabalho de aumento dos diques sendo organizado, segundo Sparta.

— É uma avaliação que tem de ser feita, já que esses hospitais estão em áreas de manchas, em planícies. Então, esse é o maior desafio. A questão de onde colocar esses equipamentos de saúde. Nos parece que esse é o ponto importante, mas não é só em relação a obras. Por exemplo, Estrela é um hospital que, muito provavelmente, terá de mexer na localização dos geradores. Os serviços que foram atingidos têm de fazer seu plano de reconstrução pensando exatamente nisso — pondera Arita.

Por enquanto, não há previsão de novos repasses do governo estadual, mas a possibilidade pode ser avaliada para 2025, por meio do Avançar na Saúde. O Plano Rio Grande, de reconstrução, está em fase de propostas.

— Temos de fazer já um plano mais amplo, avaliando outros eventos adversos em que a rede tem de estar pronta para atendimento em situações de calamidade — avalia.

Recursos federais

O governo federal já destinou mais de R$ 91,6 milhões para os hospitais do RS – o valor representa 18,1% do total anunciado para o Estado (R$ 504 milhões). Os números consideram gastos com tratamentos, atendimentos, ativos civis, sistemas e medicamentos, e não consideram gastos com atenção primária, vigilância sanitária, saúde indígena, farmácia popular, benefícios a servidores públicos e Força Nacional de Saúde. Os recursos vieram primariamente por meio de medidas provisórias, e não consideram portarias vinculadas a emendas parlamentares.




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