A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou mais três casos autóctones de febre oropouche. Na última quinta-feira (1º), a pasta já havia noticiado dois positivados, os primeiros em território paulista, totalizando cinco registros até o momento.
Todas as infecções ocorreram na região do Vale do Ribeira: foram quatro no município de Cajati e outro em Pariquera-Açu. Segundo a SES-SP, os cinco pacientes evoluíram para cura.
Além de São Paulo, outros 22 Estados brasileiros confirmaram casos autóctones de febre oropouche neste ano, segundo o Ministério da Saúde: Acre (265), Alagoas (6), Amapá (7), Amazonas (3.227), Bahia (842), Ceará (95), Espírito Santo (432), Maranhão (23), Mato Grosso (17), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (151), Pará (78), Paraíba (1), Paraná (3), Pernambuco (109), Piauí (28), Rio de Janeiro (79), Rondônia (1.709), Roraima (243), Santa Catarina (165), Sergipe (10) e Tocantins (2).
No total, o país registrou 7.497 casos da doença em 2024, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses. Em todo o ano passado, foram 831. Com esse total de ocorrências, o Brasil concentra mais de 90% dos casos de febre oropouche nas Américas, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em julho, o ministério confirmou duas mortes por febre oropouche no país, os primeiros casos fatais da doença no mundo. Segundo a pasta, as vítimas eram mulheres com menos de 30 anos, sem comorbidades, e viviam no interior da Bahia. Elas tiveram sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.
Na última sexta-feira (2), a pasta também confirmou a primeira morte fetal por transmissão vertical da doença. A ocorrência foi registrada em Pernambuco e envolve uma mulher de 28 anos que estava na 30ª semana de gestação.
Oito casos de transmissão de mãe para filho durante a gravidez ainda estão sob investigação, sendo quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Deles, quatro evoluíram para morte fetal e quatro apresentaram anomalias congênitas como microcefalia.
A febre oropouche é uma doença causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Ele é transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Os sintomas da infecção são semelhantes aos da dengue: febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor nas articulações. Outros sintomas, como tontura, dor atrás do olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.
Sobretudo em pacientes imunocomprometidos, há a possibilidade de a doença evoluir para quadros severos, em que há o comprometimento do sistema nervoso central, ocasionando meningite asséptica e meningoencefalite.
Como não há um medicamento específico para tratar a febre oropouche, o acompanhamento da doença é feito para amenizar os sintomas. Dessa forma, pacientes podem ser orientados a tomar medicações para dor, náuseas e febre, além da indicação de hidratação e repouso.
Formas de prevenção incluem: