O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) planeja uma ação integrada com outros tribunais sediados no Estado para adotar ações ambientais básicas do movimento Virada Sustentável, que seguem os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa é do presidente da corte, desembargador Alberto Delgado Neto, que na última terça-feira (5) inaugurou uma microfloresta urbana no Foro Central I com 300 árvores nativas.
É o primeiro espaço desse tipo em uma sede de poder público na Capital. Na solenidade, Delgado Neto participou do plantio simbólico de 10 mudas e se encarregou de uma muda de Araçá Amarelo. A microfloresta fica aberta ao público, que pode aproveitar mesas, bancos e um espelho d'água no local próximo à orla do Guaíba (na Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 105).
— Esse prédio tem uma simbologia muito grande sobre a nossa calamidade. Fizeram dentro de uma filosofia de verdadeira virada. Acreditamos que é isso que fará a sociedade do Rio Grande do Sul, após o que aconteceu, uma virada para o meio ambiente. Se era algo já escancarado, e havia uma certa aposta de que poderia ser retardado, hoje entendemos que não pode, que não deve, que não será — garantiu o desembargador.
O plantio das árvores nativas começou na segunda-feira (4), e teve a participação de magistrados, servidores e estagiário do tribunal, além de estudantes de escolas de Porto Alegre, que foram convidados a contribuir com a atividade. É a segunda microfloresta urbana realizada a partir do método Miyawaki, proposto pela Virada Sustentável, em Porto Alegre — a primeira foi implementada em uma escola da Zona Sul, ainda em 2023. A técnica, elaborada pelo botânico japonês Akira Miyawaki nos anos 1970, consiste em realizar um reflorestamento para criar ecossistemas com alta biodiversidade e rápido crescimento.
Os tribunais do Estado têm trabalhado de forma integrada nas suas ações, e sustentabilidade é um dos itens na pauta do Comitê Interinstitucional de Apoio e Monitoramento para os Serviços Judiciários no Estado, criado no final de maio pelas cortes afetadas pela enchente.
—E se todas as instituições acharem um espaço para as suas microflorestas, imaginem como ficará esta cidade? Estamos fazendo a nossa parte e queremos expandir a ideia para outras das nossas instalações — sonha Delgado Neto.