Campeão nacional em número de prefeituras conquistadas, o PSD almeja crescer no Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. O primeiro passo foi dado na semana passada, quando o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, convidou a deputada federal Any Ortiz (Cidadania) para migrar à legenda.
Any esteve em São Paulo para receber homenagem da Associação Brasileira das Empresas de Softwares e aproveitou a viagem para se encontrar a sós com Kassab, na casa do paulista. A deputada confirma o convite, mas diz que também já recebeu contatos de outras legendas.
— Essa conversa foi para ouvir o que ele está pensando para o Rio Grande do Sul e como o partido pretende atuar. Foi uma conversa latu sensu — resume Any.
A informação sobre o encontro animou parcela da agremiação no Estado, que vê no movimento a possibilidade de unir uma parlamentar com densidade eleitoral a uma máquina partidária em ascensão. No RS, o PSD foi de seis para 12 prefeituras neste ano, mas perdeu Canoas, sua maior cidade.
Nesse cenário, Any chegaria com status de liderança, se credenciando para discutir a participação em uma chapa majoritária na eleição estadual. Como a deputada transita entre o centro e a direita, o leque de opções é amplo.
Em contrapartida, o Cidadania, atual partido de Any, está em federação com o PSDB. Na prática, são os tucanos decidem o destino do bloco, o que provocou rusgas nas eleições municipais. Em Porto Alegre, por exemplo, o Cidadania marchou ao lado de Sebastião Melo, mesmo com a federação formalmente coligada com Juliana Brizola (PDT).
Hoje, a deputada tem firmada uma parceria política com o deputado estadual Gaúcho da Geral (PSD), secretário de Esportes do governo Leite. Gaúcho tinha migração acertada ao Cidadania na janela de 2026, mas o movimento pode refluir caso Any acerte com o PSD.
Atualmente, além da cadeira na Assembleia, ocupada pelo suplente Dimas Costa, o PSD gaúcho tem uma vaga na Câmara Federal, que é de Danrlei de Deus.