Os candidatos Felipe Camozzato (Novo), Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB) debateram propostas para a administração de Porto Alegre, na noite desta quinta-feira (26), na TV Pampa. Na atividade, temas como alagamentos decorrentes da chuva volumosa dos últimos dias, retomando a temática da enchente de maio, além da troca de provocações, predominaram no confronto de ideias.
Felipe Camozzato, por mais de uma vez, lamentou e questionou a ausência da candidata Juliana Brizola (PDT), que deixou de participar do debate por motivo de saúde, alegando recomendação médica. O candidato do Novo também respondeu crítica do atual prefeito, Melo, de que "a chuva gerou atitudes oportunistas".
— Hoje mais um dia de chuva em Porto Alegre, deixando os porto-alegrenses preocupados. O convívio com o medo e receio dos alagamentos virou algo comum para moradores da Capital — disse.
Camozzato citou exemplo Joinville, onde seu partido governa. Disse que gravou vídeo nos alagamentos porque "discorda do diagnóstico do atual governo e das propostas da candidata do PT". Defendeu realizar obras de saneamento por meio da concessão do Dmae.
Maria do Rosário iniciou sua manifestação com fala de solidariedade aos porto-alegrenses atingidos mais uma vez pela chuva. Para ela, o projeto atual para a cidade, representado pelo emedebista, é marcado pelo "cada um por si". A deputada apontou falta de manutenção das estruturas de esgoto pluvial.
— Chega de alagamentos e de escândalos com recursos públicos. Não fiz nenhum vídeo hoje (em referência à afirmação sobre suposto oportunismo). Acredito em obra com recurso público, fortalecendo o Dmae. Alagamentos ocorrem novamente por descaso — comentou.
Rosário disse que o programa eleitoral de Sebastião Melo é feito de ataques e fantasia. Sustentou que a cidade viu "mais uma vez" qual a situação "real" dos alagamentos.
Sebastião Melo destacou que "choveu muito em Porto Alegre" e sustentou que sua gestão, desde a enchente de maio, fez muitas recuperações. Citou "limpeza de ruas, sistema coletor pluvial e manutenção em casas de bombas", como algumas das principais ações.
— O que não vou permitir é chuva de oportunismo. Tem gente que passou o dia torcendo por mais chuva e fazendo vídeo. Programa eleitoral dela (Maria do Rosário) é só bater no Melo — afirmou.
O candidato à reeleição citou como méritos de sua gestão que Porto Alegre mantenha, há três anos, o congelamento da tarifa de ônibus "para atender a população que mais precisa", além de obras no Centro Histórico e medidas como a demolição do Esqueletão, ambas em andamento.
Na segunda metade do debate, os temas da primeira parte acabaram revisitados. Em perguntas feitas diretamente entre os candidatos, provocações e contestações se misturaram a propostas.
Rosário perguntou a Melo como conseguiria resolver agora o problema dos alagamentos, se "não conseguiu resolver nos últimos quatro anos". Criticou o atual prefeito, dizendo que ele não conseguiu cumprir promessas da campanha na qual se elegeu.
Melo reconheceu pendências, mas afirmou que teve ações positivas. Mencionou a realização de obras no bairro Sarandi e na Avenida Mauá. Disse que a candidata do PT busca culpados pelo passado e argumentou que é preciso "olhar para a frente".
Camozzato destacou apoio a parcerias com o setor privado, citando que deseja conceder espaços como o Ginásio Tesourinha e o Parque da Redenção. Pontuou sua concordância sobre a extinção do Departamento de Esgoto Pluvial (DEP), que tinha a atribuição da gestão da drenagem da água da chuva.
Nas falas finais, os concorrentes procuraram marcar posições, dirigindo falas diretamente aos eleitores.
Melo disse é candidato para "fazer mais e melhor", que tem orgulho de sua administração, e que quer reerguer a cidades após a tragédia climática.
Camozzato defendeu que a Capital precisa mudar e pediu que eleitores deem adeus ao passado, sustentando que representa um diferencial.
Rosário afirmou que deseja governar com participação da comunidade. Apontou bem-estar social e cuidado com a gestão ambiental como metas.