O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um pronunciamento na noite deste domingo (28), em rede nacional de rádio e televisão, onde fez um balanço de um ano e meio de governo. No meio da fala, ele citou o apoio ofertado pelo governo federal ao RS após a enchente de maio.
— Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, Dona Lidu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais — disse o presidente.
Com duração de sete minutos, a fala de Lula apresentou ainda temas relacionados à economia, como inflação, índices de desemprego e políticas de financiamentos.
O salário mínimo voltou a ter aumento acima da inflação e quase 90% das categorias profissionais tiveram aumento real de salário. Aprovamos a igualdade salarial entre mulheres e homens. Mais de 2,7 milhões de empregos formais foram criados e a taxa de desemprego é a menor dos últimos 10 anos — afirmou Lula, citando também o plano safra e o novo PAC.
A relação com outros países também foi assinalada pelo presidente, que disse que o "Brasil voltou para o mundo", fazendo referência à Cúpula do G20, a ser realizada em novembro, e a reunião dos Brics, que acontecerá no próximo ano.
Lula também fez uma breve crítica ao governo anterior, de Jair Bolsonaro, mencionando cortes de orçamento em programas sociais como a Farmácia Popular e Minha Casa Minha Vida. Segundo o presidente, o atual governo é de "reconstrução e futuro".
— Reforçamos o SUS, a Farmácia Popular está de volta e agora com novos remédios de graça. O Mais Médicos praticamente dobrou com 25 mil médicos atendendo em todo o país — assinalou.
Outros destaques citados por Lula nestes 18 meses de governo são: a ampliação de vagas de creches, o aumento de recursos para universidades e a abertura de cem novos institutos federais.
— Lançamos o Pé de Meia, uma poupança para dar às famílias a certeza de que seus filhos não serão obrigados a abandonar a escola para trabalhar — disse.
Lula pincelou brevemente as políticas de proteção ao meio ambiente, evidenciando a redução em 52% do desmatamento da Amazônia.
Este é o quarto pronunciamento em rede nacional feita por Lula desde o início do terceiro mandato, em janeiro de 2023. A manifestação foi gravada na sexta-feira (26), em Brasília.
"Minhas amigas e meus amigos. Acabamos de completar um ano e meio de governo. Graças a Deus e a consciência do povo que nos ajuda, a democracia venceu.
É hora de prestar contas a cada família brasileira. Quando terminei o segundo mandato, há 14 anos, a economia crescia 7,5%. A geração de empregos, o salário e a renda das famílias aumentavam e a inflação caía.
Tiramos o Brasil do mapa da fome. De lá para cá, assistimos a uma enorme destruição do nosso país. Programas importantes para o povo, como a Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida foram abandonados. Cortaram os recursos da educação, do SUS e do meio ambiente.
Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta. A inflação disparou e atingiu 8,25%. O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família, mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas.
Mas é sobre reconstrução e futuro que eu quero falar. Antes mesmo de começarmos a governar, tivemos que buscar os recursos para cumprir o rombo bilionário deixado pelo governo anterior. Apostavam que o crescimento do PIB não passaria de 0,8%, mas crescemos quase 3% no ano passado e vamos continuar crescendo.
O salário mínimo voltou a ter aumento acima da inflação e quase 90% das categorias profissionais tiveram aumento real de salário. Aprovamos a igualdade salarial entre mulheres e homens. Mais de 2,7 milhões de empregos formais foram criados e a taxa de desemprego é a menor dos últimos 10 anos.
Isentamos do imposto de renda quem ganha até 2 salários mínimos. 24 milhões de pessoas ficaram livres do pesadelo da fome. Reforçamos o SUS, a Farmácia Popular está de volta e agora com novos remédios de graça. O Mais Médicos praticamente dobrou com 25 mil médicos atendendo em todo o país.
Aumentamos o número de vagas nas creches, ampliamos os recursos para as universidades e estamos abrindo 100 novos institutos federais. Lançamos o Pé de Meia, uma poupança para dar às famílias a certeza de que seus filhos não serão obrigados a abandonar a escola para trabalhar.
Já garantimos 1 milhão de novas vagas no ensino em tempo integral, para dar aos pais e às mães a tranquilidade de saberem que seus filhos passam o dia em segurança na escola.
A proteção do meio ambiente voltou a ser prioridade e reduzimos em 52% o desmatamento da Amazônia. Resgatamos as políticas de proteção dos direitos das mulheres, do povo negro, dos indígenas, das pessoas com deficiência e LGBTQIA+.
O Brasil se reencontrou com a civilização. Minhas amigas e meus amigos, lançamos o maior plano safra da história para financiar a agricultura brasileira. O novo PAC está destinando grandes investimentos para a obra de infraestrutura, ferrovias, rodovias, energia, drenagem e previsão de riscos, mais policlínicas, creches e escolas. A Petrobras está produzindo mais e importando menos.
Combatemos o crime organizado com a apreensão recorde de armas, drogas, dinheiro e equipamento de garimpo ilegal. Minhas amigas e meus amigos, queremos um Brasil que cresça para todas as famílias brasileiras. Não abrirei mão da responsabilidade fiscal.
Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, Dona Lidu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais. Aprovamos uma reforma tributária que vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne.
Depois de anos de estagnação, a indústria brasileira está voltando a ser o motor do desenvolvimento, com investimento recorde na indústria automobilística, de siderurgia, de alimentos e celulose. Isso significa mais empregos, salários e oportunidade para o nosso povo.
Já temos uma das matrizes de energia mais limpa do mundo. Demos início à transmissão energética, ampliando os investimentos em mil combustíveis, hidrogênio verde e geração de energia solar e eólica de biomassa. Teremos uma potência mundial em geração de energia renovável e no enfrentamento à crise climática.
Abrimos 163 novos mercados internacionais para nossos produtos. Nossas exportações bateram recordes. O Brasil recuperou seu protagonismo no cenário mundial. Participamos de todos os principais fóruns internacionais.
O Brasil voltou ao mundo e o mundo agora vai passar pelo Brasil. Em novembro, vamos sediar a reunião da CUPRA do G20, o grupo das economias mais importantes do mundo. Vamos colocar no centro do debate internacional a aliança global contra a fome e a pobreza.
Não podemos nos calar diante de um drama que afeta a vida de 733 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo. Para tornar o mundo mais justo, estamos levando para o G20 a proposta de taxação dos super-ricos, que já conta com adesão de vários países.
Ano que vem, vamos sediar a reunião dos BRICS e receberemos a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém. Chegou a hora de trazer o debate sobre o futuro do planeta para o coração da Amazônia.
Este é o resultado de uma diplomacia ativa e altiva. O mundo voltou a acreditar no Brasil, na capacidade do nosso povo e em nosso compromisso com a democracia.
Minhas amigas e meus amigos, toda mãe e todo pai sabem da dificuldade que é cuidar de uma família. Garantir que os filhos tenham uma boa alimentação, saúde, educação, segurança e um futuro melhor.
Para mim, governar é cuidar de milhões de famílias, é o que eu venho fazendo desde o início do meu governo. Hoje, o que falta ao mundo é paz, solidariedade e humanismo.
Estamos prontos para dar o exemplo de que aqui no Brasil, a inclusão social, a fraternidade, o respeito e o amor são capazes de vencer o ódio. Boa sorte ao Brasil e ao povo brasileiro. Muito obrigado."