O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou na quarta-feira (24) que não irá mais enviar servidores para acompanhar a eleição presidencial da Venezuela, marcada para domingo (28). As informações são do portal g1.
A decisão é uma resposta às acusações e questionamentos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, contra o sistema eleitoral brasileiro.
Durante um discurso na terça-feira (23), o presidente afirmou, sem provas, que as eleições no Brasil, assim como nos Estados Unidos e Colômbia, não são auditadas.
— Temos 16 auditorias [...] Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil não auditam um registro. Na Colômbia não auditam nada — afirmou.
Em nota, o TSE afirmou que as urnas eletrônicas do Brasil, ao contrário do que dito por autoridades venezuelanas, "são auditáveis e seguras" (Veja abaixo).
Maduro está no poder desde 2013 e é candidato à reeleição pela terceira vez. De acordo com a oposição local e com entidades internacionais durante suas duas primeiras candidaturas houve problemas de transparência e desrespeito a princípios democráticos.
E neste ano, a suspeita é de que os problemas se repitam. Maduro controla a comissão eleitoral, e impediu opositores de participar. Além disso, oposicionistas denunciam intimidações durante a campanha e manipulação na mídia.
Nos últimos dias, Maduro subiu o tom sobre a eleição presidencial, até mesmo com ataques ao Brasil.
No fim da semana passada, ele fez uma ameaça. Disse que, se não ganhar a eleição, haverá um "banho de sangue" na Venezuela.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, no ano passado, buscou reintegrar Maduro ao continente, afirmou que ficou "assustado" com a declaração.
Maduro, por sua vez, respondeu sem citar o nome de Lula. Em discurso, disse que quem estiver assustado "deve tomar chá de camomila". Depois, atacou o sistema eleitoral brasileiro, sem provas.
"Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo"