A disputa pela prefeitura de Porto Alegre começa a tomar forma a partir deste sábado (20), com o início do período das convenções partidárias. Os eventos servem para homologar a definição de alianças e candidaturas, cujo registro na Justiça Eleitoral pode ser feito até 15 de agosto.
A temporada será aberta pelo Podemos, que reúne dirigentes e militantes já no primeiro dia para confirmar apoio à reeleição do prefeito Sebastião Melo (MDB). A movimentação mais intensa, porém, será no próximo final de semana, quando 11 partidos sacramentam as candidaturas de Maria do Rosário (PT), Fabiana Sanguiné (PSTU) e do próprio Melo.
Até agora com seis partidos na coligação, o prefeito pretende usar a convenção para exibir vigor político. Para tanto, vai fazer um ato conjunto do MDB, PP, PSD e PRD na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul no dia 27. Principal aliado, o PL realiza na véspera sua convenção com presença confirmada do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ciente de que será o principal alvo, sobretudo após o desgaste acumulado na enchente, Melo reage cobrando agilidade do governo federal na reconstrução da Capital e atribuindo as críticas a uma suposta narrativa da “esquerda radical”.
Internamente, o prefeito trabalha para amainar resistências. Há descontentamento dos aliados com a candidata a vice, a oficial do Exército Betina Worm (PL), cuja escolha gerou ruído pela inexperiência política, e receio de que o caso de corrupção na educação alcance novos nomes.
Nos bastidores, uma ala do PP flerta com Felipe Camozzato (Novo) e há partido disposto a deixar a ata da convenção em aberto, permitindo uma eventual mudança de rota até 15 de agosto. Ainda sozinho na disputa, Camozzato espera apresentar a chapa completa no evento do Novo, dia 30 de julho.
Também solitários, Nelson Marchezan (PSDB) e Thiago Duarte (União Brasil) tentam atrair apoio. Marchezan esbarra na lembrança da tumultuada relação que manteve com a Câmara de Vereadores quando foi prefeito, fator que distancia partidos com quem flertava, como o Republicanos. Já Duarte não empolgou a direção nacional do União Brasil em função dos baixos índices nas pesquisas e não tem garantia de recursos do fundo eleitoral para custear a campanha. Sem dinheiro, Duarte caminha para ser vice de Juliana Brizola (PDT), provável palanque também dos tucanos.
A pedetista mantinha conversas com quatro partidos desde março, mas agora vê o PSB se distanciar rumo ao PT. Embora o diretório municipal dos socialistas tenha anunciado o nome do servidor público Carlos Breik para a vaga de vice de Juliana a direção estadual lançou nota de apoio a Maria do Rosário.
A questão deve ser resolvida com intervenção da executiva nacional do em favor da aliança com o PT. Os partidos estão alinhados em várias capitais, com os petistas abrindo mão de candidaturas em colégios eleitorais importantes, como Recife e Curitiba, inclusive sem indicar o vice.
A contrapartida reforça o palanque de Rosário, apontada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma das prioridades da legenda na eleição deste ano. No início da pré-campanha, o partido planejava nacionalizar a disputa, colando a imagem da candidata em Lula.
Nas primeiras peças para as redes sociais, Rosário citava programas federais, como o Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida, na tentativa de imantar os 53% de votos que o presidente teve em Porto Alegre na eleição de 2022.
Todavia, a enchente mudou a estratégia e agora Rosário pretende centrar foco nos problemas da cidade, debatendo a reconstrução do sistema de proteção contra cheias e a escassez de moradias. Ao mesmo tempo, o partido prepara munição para explorar as denúncias de corrupção na educação e a supostas falhas da gestão atual nos alagamentos.
No PSTU, Fabiana Sanguiné anunciou que terá chapa pura, com o professor Regis Ethur como candidato a vice.
PL*
PP
PSD
PSTU*
Novo*
Republicanos
União Brasil*
PDT*
PSB
PSDB-Cidadania*
*convenções dos partidos com candidatos a prefeito ou vice