O ala Dyego, do Brasil, retornou do Uzbequistão como um jogador consagrado: além de ter conquistado o título mundial como capitão da seleção, ganhou o prêmio Bola de Ouro Adidas. No entanto, sua trajetória até a conquista não foi fácil. Ele enfrentou uma séria lesão em sua coxa esquerda, o que o obrigou a passar por cirurgia no final de março — a previsão de recuperação era de seis meses, o que ameaçava sua participação na Copa do Mundo de Futsal, iniciada em setembro.
Contrariando as expectativas, Dyego conseguiu contornar as limitações impostas pela lesão. Ele chegou a um acordo com os médicos e treinou com certas restrições. Já na Copa, evitou chutar com a perna esquerda durante a fase de grupos do torneio no Uzbequistão.
— Seriam seis meses para ficar inteiramente recuperado. Mas não daria tempo. Então, a solução encontrada foi começar a treinar com algumas restrições. Ele (o médico) me aconselhou a não chutar com a perna esquerda durante toda a fase de grupos. E foi isso que fiz — disse Dyego em entrevista à Fifa.
Nos primeiros jogos do torneio, Dyego teve um desempenho discreto, mas ainda assim conseguiu, com a perna direita, marcar um gol contra a Croácia. Sem usar sua perna esquerda, ele disfarçou sua limitação, preservando elementos estratégicos de seu jogo para manter a incerteza sobre suas habilidades para os adversários.
À medida que o torneio progrediu, sua confiança cresceu e ele se destacou nas partidas decisivas, já liberado para chutar com a canhota. Ele acabou sendo eleito pela Fifa o craque das quartas e das semifinais.
O curioso é que, na final contra a Argentina, Dyego também não usou a perna canhota para finalizar. Ele brincou dizendo:
— E olha que agora estava liberado (risos).