Andrés Nicolás D'Alessandro está de volta ao Inter. Dono de 529 jogos divididos em 14 temporadas, mais de uma dezena de títulos, o ídolo retorna ao Beira-Rio agora para o lado de fora do campo. Só não dá para dizer que será de gabinetes porque sua função, a de diretor esportivo, envolve estar perto do campo. O clube também anunciará André Mazzuco para ser o diretor executivo.
D'Alessandro terá a missão de ser o mediador entre jogadores, comissão técnica e direção. Acompanhará viagens e treinos, tomará decisões ligadas ao futebol e também monitorará categoria de base. Algo semelhante ao que fazia no Cruzeiro quando estava sob administração de Ronaldo.
Para retornar ao Inter, D'Alessandro e direção entraram em um acordo após um começo de relacionamento tumultuado. O histórico camisa 10 foi um dos nomes anunciados pela chapa de oposição, que perdeu a eleição. Antes, quando ainda estava no clube mineiro, cobrou publicamente uma dívida de aproximadamente R$ 2,2 milhões. O valor está sendo pago parceladamente.
Fontes ligadas ao agora dirigente e à direção garantiram que esse tema não foi nem sequer mencionado nas reuniões. D'Alessandro repetiu nos encontros que um chamado do Inter sempre seria ouvido, que é uma espécie de convocação. Como sua família está em Porto Alegre (o que, inclusive, motivou a saída do Cruzeiro), o convite veio em boa hora para todos. A direção ganha um nome poderoso para lidar no vestiário, cobrar jogadores e comissão técnica e também lidar com torcida e opinião pública.
Em outra ponta dos gabinetes estará André Mazzuco. Ele ocupará o cargo de diretor executivo do Inter. Será, na prática, o chefe de tudo o que envolver questões administrativas do clube. Participará de negociações de entradas e saídas de jogadores, será envolvido nas questões logísticas, coordena o setor inteiro.
Sua chegada se dá menos de um mês após a saída do Athletico-PR. Foi demitido pelo presidente do clube, Mário Celso Petraglia, que recontratou Paulo Autuori, do rival Coritiba. Mazzuco estava no Furacão desde março, quando havia deixado o Botafogo.
De perfil mais discreto, tem como maior característica organizar o departamento de mercado. Costuma apostar em jogadores pouco badalados mas com índices relevantes nas estatísticas. Foi ele o responsável pela montagem do time do Botafogo de 2023, que liderou o Brasileirão, mas perdeu o fôlego e acabou em quinto. No Athletico-PR, comandou a troca de Cuca por Martín Varini.
Em agosto, o Inter tenta corrigir os rumos de 2024. Com um ídolo e com um perfil mais técnico.