O ano do Inter depende desta terça-feira. A partir das 21h30min, diante do Rosario Central, decide sua sequência na Copa Sul-Americana. No Beira-Rio, precisa vencer por dois ou mais gols de diferença no tempo normal para avançar às oitavas de final. Se ganhar por um, leva a pênaltis. Nenhum outro resultado serve. É uma noite, portanto, para buscar a reviravolta e enfim arrancar em um 2024 que ainda não aconteceu. Para isso, precisará que todos, da direção à torcida, passando por jogadores e técnico, estejam em sintonia.
O Inter não vence por dois gols no Beira-Rio desde 9 de março, no 3 a 0 sobre o São Luiz de Ijuí, no Gauchão. Pela Sul-Americana, só uma vez conseguiu ganhar pela vantagem que necessita neste sábado, o 2 a 0 contra o Tomayapo. No Brasileirão, só marcou dois contra o Bahia, na primeira rodada.
A estreia do trio Alan Patrick, Borré e Valencia no Beira-Rio será fundamental para mudar esse cenário. Pela primeira vez, o celebrado trio estará junto na casa colorada. Eles só atuaram juntos contra o Belgrano, na retomada do futebol pós-enchente, na partida realizada na Arena Barueri. Caberá aos jogadores a mais importante das missões. No fim das contas, são eles quem decidem em campo. O momento é de assumir as responsabilidades de um grupo montado para tirar o Inter da fila de títulos e que tem na Copa Sul-Americana uma espécie de última chance.
— A mentalidade é de se classificar. Vai ser muito importante recuperar os jogadores, precisamos dos atletas de hierarquia que não estamos contando. Sabemos do desgaste de alguns dos colegas, mas a partida de terça é muito importante — reforçou Borré, em entrevista coletiva no final de semana.
Será também o grande jogo para Roger Machado. O técnico que estreou no sábado (20), contra o Botaofogo, terá seu primeiro encontro como aliado da torcida colorada. Ele quebra a cabeça para montar o time adequado para fazer os gols e não levar, manter a cabeça no lugar, atacar e defender com equilíbrio. Profundo conhecedor do futebol gaúcho, sabe o peso que essa classificação tem para o clube e até para seu recém-iniciado trabalho.
— Terça temos uma decisão e preciso achar as soluções — alertou o treinador, que foi mais específico em relação ao trio ofensivo:
— Temos a possibilidade de usar Alan Patrick como meia ou como jogador de enganche, pensando que precisamos reverter o placar. A partir de agora, começamos a pensar no próximo movimento. Vamos pensar em um outro movimento, contando com aqueles que estiverem à disposição.
Além de jogadores e treinador, a direção também se mexeu. Somada à troca da comissão técnica, preparou uma promoção de ingressos para lotar o Beira-Rio. Associados de todas as modalidades podem estar nas áreas livres sem custos, apenas mediante check-in. Há desconto também para outros setores. A expectativa é de 40 mil colorados nas arquibancadas.
Esses torcedores terão uma missão. Por mais que a temporada seja frustrante até aqui, a hora é de dar um tempo na negatividade e apoiar o time, segundo Lelê Bortholacci, um dos colorados do Grupo RBS e assíduo frequentador da arquibancada do Beira-Rio:
— Temos de dar apoio incondicional até o fim do jogo. Ficar apenas com o Brasileirão, desde julho, seria uma decepção muito grande. Torcedor que está a fim de vaiar pode aproveitar que o jogo é tarde e passa na TV, é uma bela oportunidade para ficar em casa.
Mais do que nunca em 2024, será preciso unir colorados. No campo, na casamata, nos gabinetes e nas arquibancadas.