Obrigado pela paciência”, agradeceu Guilherme Arantes, se dirigindo ao público da casa carioca Qualistage após cantar a longa música-título do mais recente álbum de músicas inéditas do artista paulistano, A desordem dos templários (2021).
Ao dar voz aos versos quilométricos da composição A desordem dos templários, Arantes cavalgou majestoso sobre o universo épico das cruzadas medievais. O público ouviu o tema em silêncio respeitoso. Daí o agradecimento do cantor.
Arantes sabia que quem ocupava uma das mesas, suítes ou camarotes do Qualistage na noite de sábado, 30 de novembro, estava ali para ouvir todos os sucessos desse mago do pop brasileiro que marcou época nas décadas de 1970 e 1980 em reinado que se estendeu até 1991, ano da canção Sob o efeito de um olhar (ausência sentida no roteiro).
Foi para esse público que Arantes fez um show que transcorreu azeitado, coeso, com a pegada forte de banda em que sobressaiu o já lendário guitarrista Luiz Carlini e com um roteiro repleto de sucessos.
Para quem queria hits, o cantor entregou tudo. Ou (quase) todos, pois Guilherme Arantes precisaria ter ficado no palco por no mínimo três horas se tivesse realmente revivido todos os sucessos como cantor e/ou compositor.
Mas o suprassumo da obra foi cantado, sendo que o artista também mostrou no palco que o compositor de 71 anos continua na ativa e inspirado quando, em set solo de piano, Arantes cantou O prazer de viver para mim é você (2024), balada de aura clássica que deu para Claudette Soares e que gravou com a cantora antes de registrar na sequência a própria versão solo da bela canção. “Peguei ciúme da música”, admitiu no palco do Qualistage.