O single Amores – lançado por Fafá de Belém hoje, 9 de agosto, dia do 68º aniversário da artista paraense – carrega 54 anos de história que remonta a 1970. Foi em 1970 que Fafá, então com 14 anos, desembarcou na cidade do Rio de Janeiro (RJ), vinda da Belém natal, e acabou conhecendo Milton Nascimento quando procurava se enturmar com o meio musical carioca. Milton a acolheu com carinho.
Entre idas e vindas na ponte Rio-Pará, Fafá estourou com a gravação do samba de roda Filho da Bahia (Walter Queiroz) em 1975, ano em que participou de álbum de Milton Nascimento, Minas, fazendo vocalize em Gran circo, parceria do compositor com Marcio Borges.
Desde então, Fafá volta e meia ganhou músicas inéditas compostas por Milton com o parceiro letrista Fernando Brant (1946 – 2015). Em 1977, Fafá lançou Sedução no disco Água. Em 1983, a cantora apresentou ao Brasil Menestrel das Alagoas, carro-chefe do álbum que marcou a estreia de Fafá na gravadora Som Livre.
E foi nessa gravadora que, em 1987, ao lançar o álbum Grandes amores, Fafá apresentou Amores, canção então inédita de Milton e Brant que permaneceu escondida como a 10ª faixa de um dos discos de repertório mais popular da carreira fonográfica de Fafá.
Por iniciativa do DJ Zé Pedro, que tem feito entrevistas com a cantora para escrever a biografia de Fafá (com lançamento previsto para 2025), Amores ressurge hoje no mundo digital em single editado pela gravadora Nova Estação com a mesma voz de 1987, extraída da gravação original com recursos de IA, mas com arranjo inédito criado pelo pianista Alexandre Vianna.
O single Amores joga luz sobre canção obscura, nunca gravada por Milton Nascimento e tampouco abordada por qualquer outro artista desde o lançamento do registro de Fafá de Belém, cantora credenciada a gravar álbum com músicas de Milton Nascimento, um dos nortes da vida da artista.