Depois de Anitta dominar a parada global de músicas com "Envolver" em 2022, é a vez de Pabllo Vittar escalar o mesmo ranking.
Na lista de faixas mais ouvidas do Spotify no mundo, a brasileira chegou (até agora) à 12ª colocação com "Alibi". A música é uma parceria com a cantora iraniana de pop experimental Sevdaliza -- uma espécie de Björk das novas gerações. A francesa Yseult também participa da gravação.
Lançada em junho, "Alibi" foi beneficiada pelo bom momento do pop alternativo. Dois dos discos mais elogiados e comentados do ano têm letras melancólicas embaladas em batidas esquisitonas -- muitas delas festeiras e ao mesmo tempo sombrias:
"Hit me hard and soft" mostrou a jovem Billie Eilish discorrendo sobre desilusões numa perspectiva mais madura;
"Brat" colocou a popstar de nicho Charli XCX em seu auge, com reflexões profundas sobre a vida e a indústria da música.
"Alibi" surfa na mesma onda, com uma letra sobre amor, dor e vulnerabilidade:
Pabllo aparece com expressão de voz mais grave, bem diferente da que ficou conhecida em suas músicas.
Ritmos latinos
Mas o verdadeiro segredo da faixa está no sample. A música que serve de referência para a melodia de "Alibi" é "Rosa", uma canção tradicional colombiana, que se conecta com as raízes indígenas da América Latina.
A origem da música não é completamente conhecida: já foi atribuída à cantora colombiana Irene Martínez, ao compositor do mesmo país Magín Diaz e ao grupo cubano Sexteto Habanero. Sabe-se que ela foi feita entre as décadas de 1920 e 1930, mas as versões mais conhecidas foram lançadas por cantores latinos a partir dos anos 80.