Na capela de São Miguel, em Eldorado do Sul, atingida pela enchente são encontrados altar, bíblias e estátuas intactas. A água atingiu 3 metros de altura revirando os bancos e deixando marcas de barro nas paredes. A paróquia foi inundada em 2 de maio, segundo o padre Fabiano Glaeser dos Santos, desde então ninguém havia entrado na igreja. Alguns itens como uma cruz, castiçais e imagens de santos foram encontrados em suas posições originais, além disso, uma caixa de bíblias foi encontrada com os exemplares superiores secos, mas não foram deslocados, apesar de terem boiado durante a enchente. Os objetos estavam marcados pela água. O padre Fabiano comentou: “eu não estou trabalhando a questão do milagre, estou trabalhando a questão do sinal de Deus. Não, necessariamente um sinal extraordinário, inexplicável, mas um sinal. Talvez algum físico, químico venha aqui e dê uma explicação racional para o que aconteceu. E eu vou aceitar a explicação. Não sou anticiência. Mas, de fato, eu trabalho a questão do sinal”.

Conforme o coordenador do curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Deivison Campos, analisou a representação que esses símbolos adquirem em contextos como o ocorrido no RS. Para o professor, é reforçado o sentido: “essas imagens se manterem inteiras são lidas como sinal de esperança e de fortalecimento da fé. Tem também o lado de se reerguer, transmite força. Existe uma carga simbólica de resistência e resiliência, pelo fato de se manterem imaculadas em meio à destruição”, explica o coordenador.