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É uma justiça tão demorada que tem gosto de injustiça, diz pai de vítima da boate Kiss sobre prisão dos réus

Publicada em 03/09/24 às 08:09h - 6 visualizações

por Gabriela Plentz


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 (Foto: Renan Mattos / Agencia RBS)

O ex-presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e pai de uma das vítimas Flávio Silva disse que as famílias receberam com alívio a decisão do ministro Dias Toffoli de validar o júri de dezembro de 2021 e pedir a prisão dos quatro réus pelo incêndio da boate Kiss.

Embora o fato restaure nos familiares a crença na Justiça, segundo Silva, a espera de 11 anos por respostas deixa um gosto amargo.

— É uma justiça que é tão demorada que ela tem um gosto de injustiça. Então, a gente não sentiu nenhuma emoção especial. Foi só aquele sentimento de que as coisas estão se encaixando e, com certeza, elas vão voltar para o lugar — disse Flavio, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (2).

Flavio é pai de Andrielle Righi da Silva, que morreu na tragédia, aos 22 anos. Outras 241 pessoas morreram e 636 ficaram feridas na tragédia de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria.

A defesa dos réus havia apresentado um pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) adiasse a apreciação dos recursos em razão da enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. Pelas famílias, entretanto, o despacho já poderia ter sido avaliado.

— Várias famílias de vítimas perderam praticamente tudo que tinham dentro de casa com essa tragédia climática. Mesmo assim, elas queriam que o julgamento acontecesse de imediato. Para a gente, se tivesse que voltar a encarar um novo júri, a gente levantaria a cabeça e faria isso — disse o ex-presidente da AVTSM.

Mesmo com a validação do julgamento e após a prisão dos réus ser decretada, ainda existem recursos a serem julgados. Entre eles, está um solicitado pelo advogado Jader Marques, que representa  Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, para redução da pena.

— A gente não tem motivo nenhum para comemorar e tem que estar com os pés no chão. É muito cedo. Falei com diversos familiares hoje, porque a gente quer justiça. E a justiça ainda não chegou. Ela só vai aparecer quando (houver) o trânsito em julgado nesse processo. Então, as famílias todas, embora estejam sentindo um alívio com essa decisão do STF, a gente ainda tem muitas precauções com o que vem pela frente — avaliou Flavio.

Trânsito em julgado é o termo jurídico para quando o julgamento de um fato é concluído e não há mais possibilidade de recursos.

A busca pelo encerramento do caso, para o pai de Andrielle, significa uma tentativa de dar uma resposta à sociedade e um novo começo para as famílias.

— Os réus, querendo ou não, vão ter que pagar essa dívida que eles têm com a sociedade para depois também tocarem a vida deles em diante, como nós vamos tentar fazer com as nossas. Só que eles têm a possibilidade de continuar a vida deles em diante com as famílias. Conosco já vai ser diferente. A minha filha não vai voltar — relatou.

Procuradas por GZH, as defesas confirmaram as prisões de Elissandro Spohr, Luciano Bonilha Leão, Marcelo de Jesus dos Santos e Mauro Hoffmann. Os advogados se disseram surpresos com a decisão. Eles afirmaram que uma reunião entre as defesas e o ministro Dias Toffoli, do STF, estava sendo agendada para este mês.




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