A retomada das operações, ainda que de forma enxuta, também trouxe esperança aos usuários. Passageiro do primeiro ônibus que partiu da rodoviária, o missionário Ed Ferreira, 28 anos, celebrou o início de retorno à normalidade. Ele saiu de Minas Gerais e veio ao Rio Grande do Sul trabalhar como voluntário. Antes de embarcar para Osório, onde fará conexão até Florianópolis, Ed ganhou uma bandeirinha do Estado para levar de lembrança. Os souvenirs foram distribuídos aos passageiros pela administração da rodoviária.

— Esses primeiros movimentos de volta ao normal são pontos de esperança que a gente encontra. Fico muito grato por ver isso, pois sei que a população anseia por retomada da vida. As pessoas precisam disso. 

O autônomo Alexandre Martau, 48 anos, também ficou emocionado ao desembarcar na rodoviária perto das 6h desta sexta. Ele havia viajado para Buenos Aires em 21 de abril com o objetivo de de acompanhar a partida do Grêmio contra o Estudiantes pela Libertadores, no dia 23 daquele mês. Iria passar mais uma semana na Argentina para, então,  retornar à Capital, mas foi impedido pela enchente. 

— Foi muito triste, uma sensação de impotência. Eu recebia uma grande quantidade de informações, porque a imprensa argentina estava divulgando, acompanhava de longe, sem poder trazer muita coisa. E, pior, querendo fazer muita coisa — lembrou, com lágrimas nos olhos. — Agora, o Estado pode ter certeza que chegou mais um soldado —  disse Alexandre, que fez conexão em Uruguaiana para conseguir retornar.  

Neste primeiro momento,  partidas e chegadas estão concentradas na área onde antes ocorriam apenas os desembarques. Somente viagens intermunicipais vão ocorrer nesta sexta-feira, ocupando 18 dos 72 boxes disponíveis. A partir da próxima semana, rotas interestaduais também devem ser incluídas - atualmente, os deslocamentos têm como referência a rodoviária do Osório.