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Fábrica de Gaiteiros, projeto de Renato Borghetti, está tomada pela água na Barra do Ribeiro

Publicada em 21/05/24 às 08:20h - 22 visualizações

por CARLOS REDEL


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 (Foto: Josué Budelon / Drone na Barra/Divulgação)

À beira do Guaíba, na Barra do Ribeiro, a sede da Fábrica de Gaiteiros se viu tomada pelas águas devido às enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. E, dentro do prédio, boa parte do maquinário e da matéria-prima que seriam utilizados para confeccionar novos acordeons ficaram submersos — o nível da água chegou a 1m50cm e, agora, segue em torno de 1 metro.

O projeto, no momento, está com as atividades suspensas em sua matriz e sem previsão de quando poderá voltar à ativa, visto a lentidão para a diminuição da elevação do Guaíba. Segundo Renato Borghetti, acordeonista e fundador da iniciativa, ainda não dá para ter noção do prejuízo, porque o nível da água, que segue alto, ainda não permite fazer uma avaliação do estrago.

— Precisamos ter paciência e esperar a água baixar para ter a dimensão do estrago. Mas a matéria-prima toda nossa, como a madeira, o papelão dos foles, estragaram. E as nossas máquinas, como prensas, retíficas, máquinas CNC, serras, estão todas com os motores dentro d'água — explica o artista, que nutre esperança de poder recuperar os equipamentos de confecção dos instrumentos.

A Fábrica de Gaiteiros, que tem como objetivo a formação de novos acordeonistas, com foco em jovens de sete a 15 anos, tem, atualmente, 630 alunos. De acordo com Borghetti, eles continuarão a ter aulas, uma vez que o projeto já se expandiu para outras 24 localidades e, nesta semana, todas elas já vão estar funcionando plenamente, seja com aulas presenciais ou virtuais.

— O que afetou com a enchente foi a fabricação. Mas, com as gaitas que já foram feitas, conseguimos atender às crianças inscritas no projeto. O principal objetivo, que é atender essa criançada, a gente consegue manter com as aulas — detalha Borghetti, explicando que os instrumentos passam por revezamento.

As crianças que têm aulas na sede da Fábrica de Gaiteiros, na Barra do Ribeiro, também não ficarão desamparadas. O músico idealizador da iniciativa comemora que a mãe de um aluno cedeu a sua casa para que o ensino seja retomado e, assim, evitando haver prejuízo no aprendizado para os estudantes da cidade.

Marcos Borghetti / Divulgação

Uma década

A Fábrica de Gaiteiros começou em Guaíba há quase 12 anos, mas a atual sede, que concentra as operações do projeto e se tornou emblemática, na Barra do Ribeiro, foi inaugurada em 10 de junho de 2014 — ou seja, está às vésperas de completar sua primeira década de funcionamento.

A iniciativa, que tem sede própria, ocupa um pavilhão datado de 1932. Nestes 92 anos de história, o prédio já foi fábrica de barcos, moinho de farinha, peixaria, até espaço para bailão. E, para preservar esta memória, a fachada original foi mantida. Por ali, são fabricados os instrumentos, distribuídos gratuitamente para o aprendizado dos gaiteirinhos, além da realização de aulas.

Borghetti detalha que, apesar da enchente, não pretende mudar de local a sede de seu projeto, mas que estuda fazer adequações para evitar prejuízos como este no futuro. No mezanino do prédio, por exemplo, a água não chegou e, por lá, foi possível salvar alguns itens que eram mais fáceis de carregar — o que não foi o caso do maquinário pesado.

Ainda conforme o artista, além dos itens para a confecção dos acordeons, o prédio também foi danificado, pois o deque que existe na ponta do pavilhão, virado para o Guaíba, se soltou com o avanço das águas e, com isso, começou a bater na parede. Assim, o acordeonista projeta que será preciso uma reforma no pavilhão, para que ele possa, no futuro, ser novamente a fábrica dos novos acordeonistas do Estado.

— A Barra do Ribeiro, em boa parte, foi afetada. E ainda está ilhada. Para ter uma ideia, estou em Porto Alegre e minha esposa e minha filha estão lá. Desde o começo da enchente, não consigo ver elas, que foram para a casa de parentes. A gente só se fala por telefone. Na nossa casa, que é na beira do rio, a água entrou. A gente tem uma propriedade lá para fora, que também é na beira do rio, e foi tudo — lamenta.




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