Um trecho da rodovia RS-240, em Capela de Santana, no Vale do Caí, rompeu na noite desta segunda-feira (20) devido ao acúmulo de água em um dos lados da estrada. O local está interditado e não tem previsão de liberação. O trecho, que fica no quilômetro 20, no limite com o município de Montenegro, já havia sido isolado no final da tarde pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) por conta de rachaduras. Com a liberação do volume represado, houve uma inundação repentina de parte da área urbana de Capela.
Segundo a Defesa Civil estadual, o local não era uma barragem, mas houve um rompimento de galeria que ampliou os danos ao asfalto, o que causou um extravasamento na região. Em entrevista à Rádio Gaúcha na madrugada desta terça-feira (2), o coordenador da Defesa Civil municipal, João Leomar de Almeida, detalhou que, com o asfalto afundando, uma fenda se criou na rodovia. Portanto, a água que estava acumulada em um dos lados passou para o outro e escorreu para arroios da região.
Cerca de 30 famílias foram desalojadas pela inundação causada em decorrência da vazão da água que estava contida pela rodovia, que vai em direção aos Arroios Amoras e Mineiro. Ainda conforme Almeida, outras 18 pessoas teriam sido acolhidas no prédio do centro de convivência do município.
À noite, a reportagem entrou em contato com o prefeito Alfredo Machado, que informou não ter disposição para conceder entrevista naquele momento. O vice-presidente da Câmara Municipal, vereador Osiel Rangel, por sua vez, afirmou que o legislativo acompanhará a vistoria e as providências sobre o ocorrido.
— A partir de amanhã (terça-feira), teremos uma avaliação mais detalhada dos impactos decorrentes da situação. Estaremos atentos para cobrar e fiscalizar as providências — declarou Rangel.
"A Defesa Civil de Capela de Santana informa que ao final da tarde desta segunda-feira (20) houve um abaloamento da pista devido a ter ocorrido colapso no dispositivo de drenagem, de modo a aumentar consideravelmente a vasão da água que se encontra represada a margem da rodovia em direção aos Arroio Amoras. Alertamos os moradores residentes as margens dos Arroios Amora e Mineiro, especialmente naqueles locais que normalmente alagam, a se manterem atentos para a possibilidade de evacuação.
Não há motivos para ainda ser tomada nenhuma medida, caso a situação se agrave a Defesa Civil e a Prefeitura Municipal emitirão novas informações e orientações."
"De acordo com informações reportadas pela Defesa Civil municipal de Capela de Santana, não era uma barragem mas, sim, um acumulado de água de um dos lados da rodovia que acabou rompendo a galeria, danificando o asfalto e extravasando, causando alagamentos no outro lado da pista."
A Defesa Civil municipal adotou medidas de prevenção, os moradores (cerca de 25 famílias) foram informados, mas a água dissipou rapidamente, sem maiores danos reportados até o momento. A situação no local segue sendo monitorada pelo poder público municipal.
"A CSG informa que ocorreu na noite desta segunda-feira (20) uma ruptura de pista na ERS-240, km 20,5 em Capela de Santana.
O trecho vinha sendo monitorado pela companhia desde o dia 30 de abril. A equipe da empresa já vinha trabalhando desde a última quarta-feira (15) no local para drenar o volume excessivo de água na borda da pista causado pelas fortes chuvas que resultaram na maior catástrofe climática da história do estado do Rio Grande do Sul.
A concessionária acrescenta que o trecho foi bloqueado totalmente às 16h30 desta segunda, sem incidentes e sem qualquer risco aos motoristas e demais usuários da rodovia.
Também na tarde desta segunda-feira, após a constatação de perigo iminente, a companhia comunicou a Defesa Civil para que alertasse a população sobre o risco de desmoronamento da pista e, consequentemente, invasão de água no perímetro urbano.
Desde a pausa das últimas chuvas, no dia 15 de maio, a CSG instalou uma bomba hidráulica de alta potência para drenar a água acumulada e reduzir a pressão hidráulica no aterro da rodovia com o objetivo de, posteriormente, substituir a linha de bueiro existente por uma galeria de águas pluviais mais adequada. Durante os trabalhos, na tarde desta segunda-feira (20), a CSG observou que o local não estava suportando a pressão hidráulica ainda existente, constatando o perigo.
A CSG se solidariza com os moradores dos bairros afetados pela vazão do volume de água represado. A companhia está em contato com a Defesa Civil e com a prefeitura de Capela de Santana para avaliar os danos e, prontamente, restabelecer as condições de tráfego e prover a máxima segurança à população."