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Com avanço de 6,4% em capacidade de geração no ano, setor de energia solar aguarda retomada do Estado

Publicada em 18/06/24 às 07:43h - 8 visualizações

por ANDERSON AIRES


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 (Foto: André Ávila / Agencia RBS)

Em meio à sequência de aumentos da capacidade de geração, o setor de energia solar observa com atenção a reconstrução do Estado após o pico da enchente no mês de maio. Até abril, a potência instalada do setor cresceu 6,4% neste ano no Rio Grande do Sul na comparação com o fechamento de 2023, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O número de usuários ligados ao sistema também acompanha esse avanço em solo gaúcho. Após bons números na largada do ano, o segmento aguarda os próximos passos da retomada do Estado para ter mais clareza sobre a expansão da energia solar neste ano, enquanto algumas unidades passam por reparos em sistemas após danos causados pela inundação.

Pesquisa da Absolar aponta que a potência instalada de energia solar acumulava 2.827,60 megawatts (MW) até o dia 30 de abril deste ano no Rio Grande do Sul. Em 2023, quatro meses antes, o Estado concentrava 2.658,40 MW, segundo a entidade. Esse indicador mostra a capacidade que o sistema tem de gerar energia e entregar aos usuários ligados à rede. Mesmo com sequência de expansão, o Estado segue atrás de São Paulo e Minas Gerais (veja no gráfico). 

A coordenadora estadual da Absolar no Estado e sócia da Solled Energia, Mara Schwengber, afirma que o setor está em uma espécie de compasso de espera para tabular os danos ao sistema e próximos passos. Além do impacto nos sistemas, com danos em equipamentos, a enchente também afetou os trabalhos em usinas em construção, que precisam de uma prorrogação do tempo de conexão sem perda do direito adquirido em modelo mais vantajoso anterior ao marco da energia solar no país. Em meio a isso, o avanço do setor está ligado ao ritmo de retomada do Estado nos próximos meses, segundo Mara: 

— O ano começou muito melhor do que o ano passado. A questão toda é que maio efetivamente é um mês que não existiu para a maior parte do Estado. Então, vamos ter um impacto imediato, sim, mas essa retomada está muito mais ligada a essa disponibilidade de acesso ao crédito, de financiamento, ao tempo de reconstrução do Estado. Acho que ainda é cedo para a gente falar em números efetivamente.

Mara afirma que o setor ainda não tem um balanço dos danos em sistemas fotovoltaicos no Estado em razão da inundação, porque os efeitos da tragédia ainda estão sendo contabilizados. 

número de unidades consumidoras (UCs) recebendo créditos também apresentou alta neste ano no Rio Grande do Sul. Em abril, eram 418.170 UCs no Estado — 22.282 a mais do que o total observado no final de 2023, segundo o levantamento da Absolar. A sobra da energia gerada pela unidade produtora no sistema de geração distribuída fotovoltaica vira créditos de energia solar, que podem ser utilizados pelo consumidor para abater o valor da conta de luz. 

Adequação de sistemas

Frederico Boschin, conselheiro do Sindienergia-RS e da Associação Brasileira de Geração Distribuída, afirma que a inundação deve afetar o setor de energia solar no Estado nesse primeiro momento em razão de alguns sistemas e redes danificadas. No entanto, reforça que esse evento climático provoca a busca por adequação em “uma nova realidade energética”, onde é necessário repensar locais de aplicação, de construção de redes de energia e outros pontos da cadeia: 

— Me parece que, num primeiro momento, a gente tem uma curva de afundamento no primeiro impacto da catástrofe, mas é natural que a reconstrução também nos traga oportunidades e novos horizontes de energia solar.

Boschin afirma que essa mudança ocorre também no âmbito do consumidor, que vai levar outros pontos em conta antes de realizar o investimento nesse produto. Necessidade de baterias, de ligação com uma rede mais resiliente, com capacidade e fluxo maiores entram no planejamento nesse ambiente moldado pelas mudanças climáticas, segundo o dirigente. 

A coordenadora da Absolar no Estado afirma que a preocupação maior é em relação ao tempo de reconstrução no Estado e o impacto nas empresas atingidas, porque a retomada da economia de forma geral é determinante para o setor solar continuar crescendo. 

— Como a energia solar esse ano está no menor preço histórico e o payback (retorno do investimento) é muito atrativo, havendo acesso ao crédito, a energia solar continuará crescendo — pontua. 

Períodos com muita nebulosidade e chuva, como os observados recentemente, implicam em menor geração, com menos acúmulo de créditos, segundo integrantes do setor. O conselheiro do Sindienergia-RS afirma que isso é sazonal em certas épocas de tempo instável, mas acaba sendo intensificado em períodos de chuva mais severa:


— É época para utilizar os créditos eventualmente gerados a mais no verão. Esse é o princípio por trás da geração distribuída. Gerar em épocas propícias de sol para compensar em épocas de pouca geração.

Novos pedidos em acomodação

Mesmo com expansão na capacidade de geração e usuários conectados, o setor segue em acomodação no volume de novos pedidos, segundo especialistas. Na área de concessão da RGE,  houve um aumento de 5% no número de solicitações para geração distribuída de energia solar no acumulado de janeiro a maio deste ano ante o mesmo período de 2023. Já na área da CEEE Equatorial, foram 3.806 pedidos no mesmo período, o que representa queda de 37% na comparação com o ano passado. Integrantes do setor afirmam que as novas solicitações entram em um platô após a corrida pela adesão observada até 2022 para garantir taxação mais vantajosa. 

O engenheiro eletricista Roger Vizzotto do Canto, 43 anos, é uma das pessoas que decidiu investir na instalação de um sistema solar neste ano. O profissional contratou uma empresa para colocar o complexo na casa que está construindo em um condomínio na zona sul de Porto Alegre. Morando em um apartamento que não lhe permitia migrar para a energia solar, Canto viu a oportunidade de ingressar na rede ao começar a construir imóvel nesse novo local. O engenheiro aproveitou o máximo de espaço do telhado da residência em construção para comportar painéis solares. Além de criar uma ferramenta que comporta seu consumo e gera uma reserva, a escolha pela modalidade também é encarada como um bom investimento pelo profissional: 

— Com três anos de funcionamento dessa usina, eu consigo recuperar todo o investimento. A partir daí, toda a vida útil dela é bônus, é benefício. Então vai me dar um retorno mais ou menos de 3% ao mês. Então é um investimento inteligente também. 

No condomínio onde está sendo construída a casa do engenheiro, boa parte das residências dividem o espaço do telhado com placas solares. Ele avalia que essa tendência deve seguir em expansão no Estado e no país. Canto reforça que, além da economia, o avanço da energia solar também tem impacto ambiental positivo. 

Outros dados do setor no RS

  • O Estado possui cerca de 306 mil conexões operacionais nos 497 municípios gaúchos. 
  • O território gaúcho responde sozinho por 9,6% de toda a potência instalada de energia solar na modalidade.
  • Desde 2012, a geração própria de energia solar já atraiu R$ 14,4 bilhões em investimentos ao Rio Grande do Sul
  • O setor fotovoltaico criou mais de 83 mil empregos.
  • Nesse período, o ramo provocou a arrecadação de R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos.



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